28 de set. de 2009

A viúva do profeta e o azeite


Uma viúva cujos filhos estão para ser vendidos à escravidão a fim de pagar as dívidas deixadas pelo pai, vai a Eliseu em busca de ajuda.
Tudo que ela possui de algum valor é um pouco de azeite.
Eliseu sugere que ela tome emprestados de seus vizinhos tantos jarros quantos conseguir e os encha com o azeite do seu jarro.
Ela continua despejando azeite do seu jarro até encher todas as vasilhas que conseguiu.
Eliseu então lhe diz que venda o azeite para pagar as dívidas e com a sobra do dinheiro poderá viver com seus filhos.
Deus fez mais do que simplesmente cuidar do problema dessa viúva.
Ela não só foi capaz de vender o azeite para pagar as dívidas, mas teve sobra suficiente para continuar a viver.
O azeite da viúva poderia ter continuado a fluir do seu jarro, mas ela não tinha mais vasilhas.

A graça de Deus mais do que supre as nossas necessidades. Ela nunca se esgota. Nós é que não temos mais espaço para aceitar Suas bênçãos.

Eliseu conhecia o jovem esposo daquela mulher.
Ela chegou-se ao profeta de Deus, clamando, e, talvez com lágrimas nos olhos, em atitude suplicante, ela disse:
“Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos” (v.1). Era uma situação difícil e urgente.
A viúva foi concisa e trouxe para Eliseu o problema angustiante, depositando aos seus pés sua necessidade.

O nome de Eliseu significa “Deus é salvador”.
Talvez baseada nessa premissa, ela tivesse deixado toda a sua angústia nas mãos dele... A familiaridade com que ela fala do marido ao profeta mostra que ele realmente servira a Eliseu.
Ela o identifica como “meu marido, teu servo”, isto significa que Eliseu sabia bem quem era o falecido.
Talvez até mesmo Eliseu tivesse feito o serviço fúnebre no enterro dele, agradecendo a Deus por sua vida e pedindo o consolo para a família enlutada... E, agora, ali estava o problema...

A viúva ficaria sem os filhos, talvez adolescentes, pois seriam levados pelo credor para pagar as dívidas da família, como era costume na época. Isto significaria seu total desamparo, pois como uma viúva sobreviveria num contexto de discriminação ao serviço feminino remunerado?
Junto com os filhos, ela poderia trabalhar e conseguir a subsistência, mas, sozinha, seria impossível...

Eliseu lhe perguntou:
“Que te hei de fazer?

Dize-me que é o que tens em casa.”
E ela disse:
“Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite”.

Isto bastava para Deus operar o milagre.
Era necessário construir sua segurança a partir do que fora deixado pelo marido.
E havia uma botija de azeite.
Este deveria ser um azeite muito puro e de boa qualidade, pois talvez aquela botija guardada era para produzir o azeite da unção, usado pelos profetas para seu ministério junto aos enfermos e nas consagrações.
E tanto poderia ser usado na alimentação, na produção de remédios, no serviço ministerial e para tantos fins comerciais.

Eliseu estava dando àquela mulher viúva, anônima, e aos seus filhos as chaves para um negócio lucrativo e abençoado. A sua independência financeira por meio do “pouco” que o marido deixara para a família.
A multiplicação do azeite aconteceria com a sua obediência às recomendações do profeta Eliseu.

“Então disse ele:
Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.
Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia.” (v.3-4).
O profeta sabia que ela não teria tantas vasilhas para encher de azeite. Seriam potes próprios para conter azeite.
E a casa se encheu de vasilhas.
E a porta foi fechada. Quem sabe uma oração subiu aos céus naquela hora?
Quem sabe ela tenha dado a mão aos filhos e, juntos, pediram e já agradeceram pelo milagre de Deus? Quem sabe se lembraram das orações do pai falecido e ficaram cheios de coragem e fé?

Como você, querida irmã, reagiria em tal situação?
Qual seria a sua atitude, se, ao buscar ajuda do “ex-patrão” de seu marido, ele mandasse você trabalhar junto com os filhos (pedindo emprestadas muitas vasilhas)? Será que o profeta não deveria acolher os órfãos e a viúva naquela “casa de profetas” e arranjar um “serviço” para ela, talvez de “cozinheira” ou “lavadeira” para pagar aos credores?
Será que ele não deveria “levantar” o valor da dívida com os outros “crentes” e dar para ela?

Ela obedeceu, e todas as vasilhas foram completamente cheias.
la mesma foi ao profeta para saber qual seria o próximo passo a ser dado. Então “disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto” (v.7).
Que alegria para ela e para os filhos.
O azeite era um produto caro e os recursos advindos da sua venda dariam para pagar a dívida (quem sabe, do aluguel? Ou da farmácia?
Ou de um empréstimo no banco?), e ainda sobraria bastante para ela e os filhos viverem...

É certo que haveria muito trabalho pela frente, mas o milagre acontecera.
Deus opera os seus milagres em nossas vidas, mas não dispensa o nosso trabalho, a nossa obediência e humildade diante dos problemas da vida.

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