4 de dez. de 2009

EDUCAÇÃO NO LAR DE UM CRISTÃO

Os judeus consideravam os filhos uma grande alegria e um prêmio (Salmo 127:3-5).
A educação dos filhos começava por volta dos três anos, quando já sabiam falar; orações e cânticos eram aprendidos por repetição, tal como hoje.
Em casa, observavam os símbolos e práticas religiosos que propiciavam oportunidade de ensino.
Aprendiam, por exemplo, sobre o menorá (candelabro de sete braços), símbolo da fé judaica.
Eram encorajados a perguntar sobre o significado do ritual familiar anual da Páscoa (Êxodo 12:26-27) que ensinava sobre o poder de Deus nos assuntos humanos.
Os pais tinham responsabilidades definidas na educação, O pai ensinava religião, a história do povo hebreu e uma profissão.
Também deveria ensiná-lo a nadar e era responsável por encontrar uma esposa para seu filho.
À mãe cabia ensinar suas filhas a serem obedientes e esposas capazes.
As meninas aprendiam a cozinhar, fiar, tecer, tingir, cuidar de crianças e até dirigir escravos.
Aprendiam a triturar grãos e às vezes ajudavam na colheita.
Ocasionalmente ajudavam a cuidar das vinhas ou, se não havia irmãos, ajudavam a cuidar dos rebanhos.
Deviam ter boas maneiras e alto padrão moral.
Segundo o costume da comunidade judaica, as meninas tinham oportunidades educacionais formais restritas e não lhes era permitido estudar a Lei.
Não obstante, algumas tinham educação de alto nível em casa, aprendendo música, dança, leitura, escrita e a manejar pesos e medidas.
Nas famílias ricas, os filhos tinham tutores em casa.

EDUCAÇÃO RELIGIOSA

Começava em casa e continuava quando os filhos iam com seus pais aos cultos religiosos.
No princípio o povo adorava no tabernáculo, depois no templo de Jerusalém e mais tarde em sinagogas locais; mas em todos esses lugares, as crianças podiam aprender sobre os rituais (como ofertas e sacrifícios) e do ensinamento ministrado pelos sacerdotes, levitas ou rabinos.
Além disso, aprendiam sobre as Escrituras e sobre o que Deus queria do povo judeu; aprendiam sobre as festas anuais e festivais religiosos.
Aprendiam que a Páscoa comemorava o livramento de seus ancestrais da escravidão no Egito.
No Pentecostes o povo lembrava de Deus entregando a lei a Moisés no Monte Sinai.
A Festa dos Tabernáculos, com suas barracas feitas de três galhos, comemorava a fidelidade de Deus aos judeus na sua jornada aparentemente infindável até a Terra Prometida.
Participando dessas práticas religiosas, as crianças aprendiam não só sobre as tradições da nação mas também sobre a atuação de Deus em suas vidas.

PROFESSORES

Em Israel, os professores eram líderes religiosos sacerdotes, profetas ou escribas fato que refletia tanto a consideração de que gozavam como focava que a aprendizagem era primeiramente religiosa.
Nos primeiros tempos, os sacerdotes instruíam o povo no conhecimento de Deus.
Como oficiais da sinagoga, os levitas também ensinavam (Deuteronômio 33:10; II Crônicas 35:3).
Mais tarde, antes da Diáspora, os profetas assumiram o papel de instrutores, ensinando a herança histórica do povo, criticando a injustiça e a conduta social imprópria.
No século IV AC, os profetas passaram sua função de instrutores para os escribas, conhecidos como "doutores da lei" (Lucas 5:17); advogados (Mateus 22:35) e rabinos (23:8).
Toda educação superior estava em suas mãos, que desenvolveram um complexo sistema de educação conhecido como "a tradição dos anciãos" (15:2-6).


TEMAS DE ESTUDO

Em Israel os alunos se familiarizavam com as Escrituras e aprendiam a ler, escrever e um pouco de aritmética.
Algumas vezes estudavam o valor medicinal das ervas (I Reis 4:33).
Todos os assuntos dentro de um pensamento com moldes bíblicos.
Considerando que os antigos hebreus eram vistos como os melhores musicistas e cantores do Oriente Próximo, é provável que alguns judeus recebessem em casa instrução básica de canto e instrumentos musicais, tais como flauta e harpa.
Embora os hinos hebreus não tenham sobrevivido na sua forma musical, certamente a teoria musical conhecida entre os cananeus era familiar aos cantores do templo. Especialmente durante o Exílio, grande ênfase foi dada em lembrar e preservar cerimônias e os costumes antigos para manter a identidade da cultura hebraica.
Os cativos reconheciam a importância de manter viva sua herança nacional e a Lei durante os anos em que viveram em contato com uma cultura estrangeira.
O Exílio trouxe mudanças fundamentais em todas as áreas da vida judaica.
A educação foi estimulada pelo contato dos exilados com a sofisticada cultura dos babilônios.
Escolas e bibliotecas na Babilônia existiram durante muitos séculos.
O conhecimento de medicina, astronomia, matemática, arquitetura e engenharia dos mesopotâmios era muito superior ao dos judeus.
Naquele ambiente intelectual, a literatura dos judeus assumiu um novo significado. Foi nesse período que surgiram os livros de Ezequiel e Daniel.

MÉTODOS DE ENSINO

Os judeus utilizavam o método de memorização de textos e palavras, desde que a criança aprendia a falar.
Os alunos copiavam e recopiavam à mão com perfeição e precisão passagens da Lei. Cada trabalho escrito contendo um erro era considerado perigoso, uma vez que podia imprimir a palavra ou grafia errada na mente do aluno.
A leitura em voz alta era recomendada como auxílio para a memorização.
Além de ler, escrever e memorizar alguns outros métodos são conhecidos.
Por exemplo, o uso de provérbios e parábolas um recurso usado por Jesus mais tarde (Marcos 4:2).
Um compartilhar de conhecimento ocorria em encontros de perguntas e respostas, tal como o que aconteceu quando Jesus,com doze anos, visitou o templo em Jerusalém (Lucas 2:46-47).
Pouca informação se tem da educação nos primórdios da era cristã.
Sabemos que Jesus sabia ler e interpretar as Escrituras e tinha conhecimento bastante para discutir teologia com os doutores do templo.
Ele provavelmente aprendia em casa e recebia a educação elementar comum à maioria dos meninos judeus daquele tempo.

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